André Camelo: “A incerteza do percurso agrada-me.”

André Camelo estudou na Faculdade de Arquitetura na U. Porto, na Faculdade de Engenharia da U. Porto, na Porto Business School e ainda passou pelo Politécnico de Milão. Em 2014, três amigos cumpriram o desejo de ter um espaço de reflexão e intervenção em arquitetura e fundaram o CREA. Desde aí, o atelier tem somado projetos, prémios e distinções, sem nunca deixar de privilegiar a proximidade com o cliente. O desporto sempre esteve presente — principalmente a água e o mar — e recentemente aventurou-se no surf, que, para si, "é um mecanismo de deixar tudo na água". O maior projeto da sua vida é a paternidade e impermanência é a sua palavra favorita.

O que é o CREA? O que é que vos distingue de um outro gabinete de arquitetura e reabilitação?

O CREA nasceu de um desejo de três amigos de se juntarem e de constituírem um espaço de reflexão e de intervenção na arquitetura, de serena e sobriamente, promovermos “a satisfação de fazermos aquilo que queríamos fazer”. Nós já tínhamos alguma experiência — não criámos a empresa mal saímos da faculdade —e começámos a desenvolver trabalhos com um enfoque particular na reabilitação que, na altura, era um movimento que se fazia sentir com bastante fulgor na cidade do Porto. Sempre tivemos, também, uma perspetiva mais alargada e não queríamos ficar apenas na área da reabilitação, mas queríamos complementar com construção nova e explorar esta relação entre o novo e o pré-existente. Além disso, sempre soubemos que não queríamos perder o traço da investigação. No fundo, aportar a reabilitação de contemporaneidade num processo de transmutação. Isto tem muito que ver com a forma como nós olhamos — não se resume apenas a arquitetura, mas à forma como nós nos relacionamos com os edifícios e com as pessoas. Nós somos moldados pela forma como vemos, e somos, em grande medida, aquilo que vemos. Nas visitas aos espaços que vão ser intervencionados, nós estabelecemos uma relação progressiva de intimidade e, a partir daí, através da nossa forma de olhar, encontramos os aspetos que queremos melhorar e sublimar. É esta forma de olhar para os edifícios que marca de forma decisiva todo o processo.

Encontrámos aqui um meio propício para essa interseção de valências e de conhecimento — e continuo a achar que esse é aspeto mais rico que a UPTEC tem para oferecer.

Quando é que surgiu o CREA?

O CREA começou a trabalhar em 2014. Nós sediamo-nos logo aqui na UPTEC e tivemos oportunidade de, logo no início do projeto, fazer alguns contactos e parcerias com a empresas que já cá estavam. Encontrámos aqui um meio propício para essa interseção de valências e de conhecimento — e continuo a achar que esse é aspeto mais rico que a UPTEC tem para oferecer. E não se restringe apenas aqui à UPTEC Baixa, porque o CREA pertence ao The Circle — um grupo de empresas ligadas à Universidade do Porto — e recentemente tivemos um encontro na UPTEC Asprela e foi muito interessante perceber como é que algumas empresas estão a desenvolver alguns produtos que se podem cruzar com as nossas reflexões e anseios.

Quantas pessoas estão a trabalhar no CREA atualmente?

Somos quatro pessoas.

Se olhares para todo o percurso do CREA até hoje, quais são os momentos principais que identificas nesta caminhada?

Há sempre o momento do arranque. Esse é um momento de incerteza que todas as empresas têm, mas que é também carregado de expectativas e de anseios. No entanto, os momentos que acho que nos marcaram mais foi logo um dos primeiros projetos que desenvolvemos: o Centro Corporativo da Misericórdia do Porto, o Instituto Araújo Porto. Foi um projeto em parceria com a Arquiteta Margarida Barbosa e, nesse ano, venceu o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, o que, naturalmente, nos deu alguma visibilidade e abriu-nos algumas portas. Além disso, refiro, também, uma casa em Leça, que sem grande esforço de comunicação da nossa parte, acabou por ser amplamente divulgado e foi considerada uma das 100 casas desse ano e fomos, inclusivamente, convidados para publicar no jornal do American Institute of Architecht. A partir daí temos feito um trabalho consistente não só na área da reabilitação, mas também na relação entre o novo e o pré-existente — ampliações, reduções e mesmo construções de raiz. Há um percurso que se vai fazendo.

E esse percurso acaba por estar muito ligado também à cidade do Porto, não?

Sim, está. Esta é uma cidade que está com uma dinâmica muito forte na nossa área, à semelhança de Lisboa. Embora nós tenhamos trabalhos noutras regiões do país, temos trabalhado mais aqui e sentimos, efetivamente, esse potencial que a cidade oferece.

Já nos falaste de alguns projetos, mas diz-me quais foram os que mais te deixaram orgulhoso. Não podes dizer todos (risos).

Os projetos são processos lentos e têm uma certa espessura temporal que permite ir estabelecendo uma relação com eles, e que te obriga a criar um distanciamento no final para conseguires ter uma perceção mais clara sobre a obra. Nessa medida e enquanto processo — sendo que aqui inscrevo o relacionamento com os clientes e a relação com as pessoas, porque a arquitetura não existe desligada da vida —, digo-te, o Instituto Araújo Porto e talvez a casa de Leça, porque tivemos uma relação muito próxima com os clientes. Diria que no último, as conversas foram muitas vezes quase conceptuais e abstratas, sobre aspetos de luz, de espaço e sobre conceitos de vivência de uma casa. Além disso, tenho de referir também a Escola do Bom Sucesso, porque as escolas são espaços de vida e sentimos isso de forma muito latente. Assim que se entra para a primeira visita há um enorme fluxo de energia das crianças que ali vivenciam a escola e há um conjunto de necessidades, assim como uma interseção muito grande com toda a comunidade escolar. Fizemos variadas reuniões e apresentações para sentir quais eram os anseios e absorver um conhecimento objetivo de quem já usava aquele espaço, das suas falhas, carências e expectativas.

Quem são os vossos clientes? Eu posso pedir-vos uma solução para um projeto meu, mas também trabalham com entidades públicas, não é?

Eu diria que nós temos os dois registos. Temos algumas entidades públicas, que nos permitem desenvolver trabalhos sobretudo de natureza de equipamentos que são desafios muito aliciantes. Temos, por exemplo, trabalhos em escolas, em equipamentos desportivos, edifícios de servições, residências universitárias… São trabalhos que inscrevem programas diversificados e que são, mais uma vez, extremamente desafiantes. Além disso, também trabalhamos amplamente com clientes privados e temos, por isso, um grande leque de projetos.

O projeto implicitamente absorve tudo o que já vimos, tudo o que já escutamos, lemos e sentimos.

E como é que se desenvolve um projeto do CREA? Desde o primeiro contacto com o cliente até à última pintura, resumidamente, como é que tudo isto decorre? Se é que há, sequer, um processo que possa ser descrito.

Os processos não são estanques nem são repetíveis, mas existem determinados passos que são comuns aos vários projetos que desenvolvemos. Nós temos um primeiro contacto e decorre, desde logo, um passo fundador: a conversa com o cliente. Nem todos os clientes têm a mesma informação, ou seja, pode ser-nos dada uma grande liberdade, ou outros clientes podem já ter uma ideia muito mais próxima daquilo que pretendem, não obstante a liberdade que nos dão para a transformar. Quem pede uma moradia tem uma relação com o projeto diferente de um cliente institucional.

As visitas são, obviamente, momentos decisivos, que requerem silêncio, interpretação e inclusive especulação, para se conseguir promover uma perceção do suporte e para absorver aquilo que são as características do que vai ser intervencionado. A partir daí, há o processo do desenho que dificilmente é sistematizável. Afinal o projeto implicitamente absorve tudo o que já vimos, tudo o que já escutamos, lemos e sentimos, e não existe qualquer codificação das soluções que decorrem desse confronto pessoal com o lugar, o espaço e o programa.

O projeto é algo que se vai desenvolvendo de uma forma fluida e serena. Há, obviamente, questões éticas, disciplinares e legais, mas um projeto obedece sempre a uma grande incerteza — e é bom que assim seja —, porque às vezes o próprio desenho ou maquete conduzem-nos a um caminho que nos afigurava inesperado. Sabemos sempre que há uma bagagem, há convicções, há aspetos que consideramos fundamentais, mas este fator de incerteza é importante. O projeto vai-se moldando e nós vamos conduzindo o processo, mas, de alguma forma, ele também nos vai conduzindo a nós.

O CREA não é uma tecnologia escalável (risos), por isso o vosso crescimento é diferente de muitas outras startups. Se te perguntasse onde é que queres ver o CREA daqui a cinco ou dez anos o que me dirias?

Nós temos vindo a desenvolver projetos progressivamente mais ambiciosos e a mim não me interessa escalar a empresa para um lugar que não me permite controlar de forma muito próxima o resultado do que desenvolvemos. Esta relação de intimidade com o projeto que temos e que queremos que os colaboradores tenham é fundamental. Nessa medida, eu diria que é interessante verificar um crescimento da estrutura, mas sem nunca perder o enfoque da nossa génese. Portanto, o que eu pretendo para o futuro é ter sempre mais desafios, porque o meu projeto preferido é sempre o próximo (risos). Não procuro um escalar desmesurado da estrutura, mas sim, a internacionalização seria interessante. Gostava de ter a oportunidade de desenvolver trabalho fora do contexto português.

Olhando agora para tudo o que já aconteceu, terias alterado alguma coisa no CREA?

Se eu dissesse o contrário seria muito estranho e altamente desligado da vida (risos). Há sempre coisas que se gostaria de ter feito de outra forma, naturalmente. No entanto, no próprio erro surge, muitas vezes, algum virtuosismo. No fundo, há decisões que gostaríamos de ter tomado de outra forma, mas acho que com o passar do tempo — e diria até com a idade (risos) — acaba por se infiltrar uma certa serenidade em perceber que isto faz parte do processo. Aquilo que numa fase inicial nos é confrontado como um erro, acaba por ser apenas uma inflexão. É algo que se transmuta, mas não é algo que cessa.

A arquitetura está progressivamente a caminhar para uma realidade mais fluida e atenta ao contexto mais vasto em que insere, e quando, hoje em dia, se fala em sustentabilidade e em usar materiais naturais, eu acho que este movimento da arquitetura está muito para lá disso.

Qual é o maior desafio que sentes no CREA?

A arquitetura está em transformação. Hoje há um grande enfoque nas questões da sustentabilidade e, sem dúvida, que é um aspeto decisivo. A arquitetura está progressivamente a caminhar para uma realidade mais fluida e atenta ao contexto mais vasto em que insere, e quando, hoje em dia, se fala em sustentabilidade e em usar materiais naturais, eu acho que este movimento da arquitetura está muito para lá disso. Não se resume apenas a empregar matérias naturais, não se resume a certificações e não se resume a copiar a Natureza, mas muito mais ser informado pela Natureza. Acho que o desafio futuro passa muito por desenvolver de uma forma estruturada e transversal uma arquitetura que dê resposta a esta consciencialização da realidade.

Na pausa para almoço, Out of Office foi até à Praia de Matosinhos com André Camelo para apanhar umas ondas. A natação, o pólo aquático, o ténis e a corrida foram ficando para trás e é com o surf que André tenta compatibilizar a sua vida. O skate e a bicicleta servem para acompanhar e passar tempos com os seus miúdos e a Ilha do Príncipe é um lugar que não esquece. Os livros foram e são a sua companhia e o que quer mesmo é "ter a liberdade para poder continuar a arriscar".

Não és homem de um hobbie só — e já lá vamos —, mas vamos começar pelo surf. Como é que surge? A água não é recente na tua vida...

Não, não. A água vem de trás e o surf está muito relacionado com isso. Sempre tive uma relação muito próxima com a água, porque fiz natação durante algum tempo no Porto e pólo aquático no CDUP. O surf surgiu, eu diria, como a maioria das atividades que se iniciam: uma curiosidade. Houve um desafio e experimentei. O surf tem uma curva de aprendizagem muito lenta (risos), pelo menos para mim. Obviamente que difere de pessoa para pessoa, mas para mim é demasiado lenta (risos). Mas o surf não é só a atividade física, é toda uma dinâmica que se gera da procura do mar e da relação com um meio que é um contexto radicalmente natural, não obstante termos vista para a cidade ainda (risos). Estamos imersos num elemento que nos traz uma imprevisibilidade enorme que decorre de não haver duas ondas iguais, uma lição sobre equilíbrio e fluidez. Esta interseção sensitiva e objetiva com a Natureza que o surf promove, para mim, é insubstituível. Eu costumava dizer quando treinava pólo, que deixava tudo na água — refiro-me a preocupações e anseios — e no surf é exatamente a mesma coisa. O surf é um mecanismo de deixar tudo na água. É um momento de liberdade.

Apesar de não ser um desporto de equipa, consegues conhecer outras pessoas também.

Sim, sem dúvida. É uma atividade que te permite conhecer pessoas muito diferentes, distintas, mas que partilham da mesma paixão. Idades que vão desde os 14 aos 60 e, de facto, o que nos une — e tenho muitos amigos que fiz através do surf — é aquilo: é o surf.

O surf não apareceu assim há tanto tempo na tua vida, pois não?

Não, não. Comecei há relativamente poucos anos. Eu vou para o mar muitas vezes de manhã — às 7 horas manhã — e já fui, inclusivamente, com temperaturas negativas (risos). Há um pouco esta loucura de se andar em contraciclo, porque temos de compatibilizar esta atividade com o trabalho, realidade familiar, os miúdos…

E com a própria água, porque nem sempre é possível ir para o mar (risos).

Sim, e com o próprio estado do mar. Há alturas em que não é possível fazer no Porto, mas podemos ir para Maceda ou para outros locais. O surf também nos traz a possibilidade de conhecer sítios diferentes.

Nunca participaste em competições nem nada disso, pois não?

Não, não. Longe disso (risos). Acho que seria constrangedor para quem visse (risos).

Há pouco falavas da curva de aprendizagem e eu não sou surfista, mas também diria que é difícil aprender aquela técnica e que ainda são necessárias umas belas horas de treino para se conseguir fazer qualquer coisa na prancha. Isto também é um desafio para ti.

Sim, isso e muitas outras coisas (risos). O surf tem uma virtude, aliás tem várias, mas uma delas é que nos obriga a ter uma maior consciência corporal e aspetos como a flexibilidade e equilíbrio são decisivos. É importante trabalharmos essas questões fora da água para depois conseguirmos um bom posicionamento e determinadas abordagens. Fora isso, também muito a ver com a questão do mar: a posição, o saber interpretar, o ter alguma serenidade e fluidez nos gestos… Estes são os tais aspetos que me levam a dizer que a curva de aprendizagem é lenta (risos). O surf traz-me muitas coisas boas e muita saúde, por isso não estada preocupado com o meu lento crescimento na atividade (risos).

Agora é o surf que está mais presente, mas desporto sempre te acompanhou ao longo da tua vida.

Sim, eu com seis anos já estava a pegar numa raquete que era maior do que eu (risos) e joguei ténis quase durante dez anos. Em paralelo, praticava natação. Tinha, também, algum jeito para a corrida e fiz algumas provas aqui no Porto. Mesmo quando morava em Matosinhos saía muitas vezes para correr, muitas vezes a desoras, mas tinha essa pulsão. De forma mais sustentada e federada, pratiquei ténis, natação e pólo aquático, mas a corrida esteve sempre presente e cheguei a fazer vela, também.

Recentemente passaste a ter o skate e a bicicleta, mas talvez numa ótica diferente, porque agora é para acompanhar os teus filhos (risos).

Nem sabia que sabias disso (risos). Sim, vou andar com os miúdos (risos). Comprei um skate para acompanhar o meu filho e foi por uma razão muito operativa: ficava a ver o Gonçalo a andar, enquanto eu ficava ali parado (risos). Então, e quando nos apetece e também com a minha filha, andamos de skate e bicicleta. Às vezes ficamos mesmo pelas ruas, outras vamos para a Casa da Música. São atividades lúdicas para fazer com os miúdos. É um tempo ótimo.

Além do desporto, sei que há algumas viagens que foram marcantes para ti e para a tua vida.

Há viagens que me marcaram muito, sim. Eu tenho desde miúdo uma relação especial com a Natureza, mas tive cidades que visitei que me deram imenso prazer. Quando estive em Erasmus em Itália viajei por lá e inclusive pela Áustria e Suíça. Foi fascinante não apenas pelas pessoas, mas também pelos edifícios e por visitar espaços que já faziam parte do nosso imaginário. No Oriente, senti em Singapura uma realidade radicalmente diferente daquilo que vivemos por cá. Mas dos sítios que me marcam ainda tenho de te referir os Açores e, sem dúvida, a Ilha do Príncipe. É um local absolutamente singular e nada se aproximou ao fulgor que Natureza tem naquele lugar. Uma espécie de Dia Original, de seiva. A maneira de estar das pessoas é radicalmente diferente e tu não consegues, por exemplo, contratar uma pessoa para uma semana. Só fazem uma tarefa até ao final do dia, porque depois há um reset total e cada dia é vivido de cada vez. Não há programação.

Os livros promovem reflexões que muitas vezes se estendem por várias fases da vida e, certa forma, são referenciais que nos vão construindo.

A leitura é um dos teus outros passatempos de longa data, não é?

Em rigor, eu leio hoje infinitamente menos do que lia antes. Enquanto miúdo, adolescente e jovem adulto, a minha vida está marcada pela presença de livros. Os livros promovem reflexões que muitas vezes se estendem por várias fases da vida e, certa forma, são referenciais que nos vão construindo.

Não gostas de eleger o melhor isto e aquilo, mas tens alguns livros que tenham sido importantes na tua caminhada?

Em momentos distintos, sim. É uma pergunta difícil (risos). Livro de Versos, de Álvaro de Campos, O Idiota, de Fiódor Dostoievski, Os Contos Exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen, Os Diários, de Miguel Torga, entre muitos muitos outros. Foram estes, mas podiam ter sido outros que te dizia.

Para um arquiteto que tem sempre muitos projetos em mãos, qual foi/é o teu maior projeto de vida?

O maior projeto de vida, para quem é pai, são sempre os filhos. Essa pergunta é fácil.

Qual foi o momento mais impactante da tua vida?

Para ser coerente — e é verdade —, é o nascimento da minha filha. É o momento em que enquanto ser humano passo a estar numa realidade radicalmente diferente. É o maior momento de inflexão.

Qual é o teu lugar preferido do mundo?

Não me vou afastar da realidade quotidiana, não me faz sentido. Eu diria que o meu lugar preferido do mundo — e percebendo o fio condutor da tua pergunta — é um espaço junto do mar. Consigo perceber que perto do mar há um apaziguamento diferente.

Qual é a palavra que mais gostas?

Impermanência (risos).

A incerteza do percurso agrada-me.

O que é que queres mesmo fazer na tua vida e ainda não fizeste?

Quero ter a liberdade e a disponibilidade para poder continuar a arriscar e saber que o caminho é incerto. Na impermanência de tudo não quero estar a criar objetivos rígidos, mas intuir as mudanças. A incerteza do percurso agrada-me.

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