Tatiana Sá Marques: “Até ter um sim, tive muitos nãos. Depois, acima de tudo, acho que acreditaram em mim e nem tanto no projeto.”

Tatiana Sá Marques nasceu em Coimbra, mas sempre viveu entre a cidade dos estudantes e o Douro, onde a sua família tem produção de vinhos. Com 16 anos partiu sozinha à aventura até Nova Iorque para estudar inglês e já nessa altura tinha um olhar atento sobre tudo o que a rodeava. Estudou Engenharia Civil na U. Coimbra, hoje está terminar o doutoramento no Técnico e foi na revisão bibliográfia que a WiseShape começou a ganhar forma. Sempre adorou betão, é surfista, fotógrafa e atriz nos tempos livres. Diz-se “lenta a fazer tudo”, sonha com colaborar com Siza Vieira e não vive sem sol e mar.

O que é a WiseShape?

É uma empresa portuguesa que produz cubas em betão, de design diferenciador, para fermentação e armazenamento. Agora, há um número infindável de coisas para aplicar (risos). Isto às vezes é difícil, porque eu vou tendo muitas ideias, mas não posso perder o foco (risos). Eu gosto do conceito de otimização da forma e não apenas do material — gosto de conjugar a otimização do material com a otimização da forma.

Como é que surge a ideia para estas cubas em betão?

Eu adoro betão e sempre adorei betão, por exemplo gosto muito de obras arquitetónicas com betão à vista, porque tem qualquer coisa de especial a combinação simultânea de rústico e elegante no material. A ideia surge no início do meu doutoramento, quando comecei a estudar ultra high performance concrete (betão de desempenho ultra-elevado) e uma observação da minha irmã que tinha andado a fazer umas vindimas na África do Sul e tinha visto uns depósitos em betão por lá. De facto, isto sempre se utilizou, mas eu pensei que agora podíamos pegar na nova tecnologia e reinventar o método antigo de vinificação.

Isso é, mais ou menos, em que altura?

Em 2017.

Quantas pessoas trabalham contigo na WiseShape atualmente?

Quando participei na Escola de Startups da UPTEC, conheci o Luís Madureira (SurferToday.com) — que está aqui ao lado —, que me ajudou a dar uma forma mais engraçada ao projeto e a comunicar; e apresentou-me a Catarina Simões (Last2Ticket), também da UPTEC, que gostou tanto que entrou mesmo como sócia no projeto. Portanto, neste momento sou eu, a Carla Ferreira — que, por acaso, é a minha mãe (risos) —, a Catarina e agora vamos crescer, porque vamos iniciar a nossa própria produção e deixar de subcontratar. O Luís não faz parte do projeto oficialmente, mas ajudou muito.

Falando aí no início do vosso trajeto, a Escola de Startups foi importante para vocês?

Sim, foi fulcral. Primeiro porque foi mesmo no nosso início, foi na altura ideal para sustentarmos a marca, já que até então era só mesmo uma ideia. Se calhar até nos safávamos sem a Escola de Startups, mas a verdade é que foi lá que fomos introduzidos ao pricing, conteúdos de marketing, aos nossos designers… Trouxe-nos muita coisa mesmo e mostrou-nos que o estávamos a fazer na altura não era tão gratificante como o que poderia vir daí para a frente. E dou-te outro exemplo: a minha saída da primeira empresa onde estava foi, em parte, devido à Escola de Startups, porque eu vinha para cá e sentia que aprendia mais em duas horas aqui do que numa semana inteira na empresa — e eu queria isso, queria aprender mais!

A WiseShape passou pela Escola de Startups da UPTEC — e até já falaste um pouco disso. O que é que aprendeste e o que é que retiraste dessa experiência?

Acima de tudo, acho que me ajudou a ter uma visão mais clara da direção que eu pretendia. E deu-me as ferramentas necessárias para ir, de uma forma muito mais eficiente, procurar as ajudas que eu precisava para alavancar. E colocou-me um bocadinho de pressão, que também faz bem (risos).

Como é que tem sido o percurso da empresa até aqui? Consegues identificar alguns pontos-chave?

Sim, sim. Olha, aqueles primeiros três anos em que nada acontece e estás a passar de uma ideia abstrata ao desenvolvimento do produto em si, foram muito importantes. Em muitos momentos eu pensei em desistir, porque tudo indicava que as coisas nunca iriam acontecer e que era só eu ali a lutar sozinha. Esse período foi muito importante.
Outro momento fundamental foi, através da Escola de Startups, a ajuda do Luís. Eu tinha um discurso muito técnico e típico de engenheira (risos). E foi muito importante eu perceber que para vender ou explicar a ideia, tinha de fazer um shift na comunicação — e ele ajudou-me muito nisso. Eu passei a conseguir descrever exatamente os mesmos conceitos, mas com frases que toda a gente entendesse — deixar de ser tão engenheira e passar a ser mais normal (risos).

 …foram quatro anos sem nada acontecer e só com despesas.

Os engenheiros já vão sendo pessoas normais (risos).

Sim, claro! Estava a brincar (risos). Outro momento fundamental: o lançamento do produto. Isto começou tudo em 2017 e o lançamento do primeiro produto foi só em novembro de 2021, foram quatro anos sem nada acontecer e só com despesas. Eu não podia vender nada, porque nem sequer produto tinha, não existia nada. Então, em novembro de 2021 foi a primeira vez que eu tive o produto à minha frente e à vista dos produtores e das pessoas. E percebi que as pessoas gostaram, o que me deu a certeza de que estava na direção certa e uma grande motivação para continuar.

Se tivesses de escolher só um destes momentos como o mais importante e impactante seria este do lançamento?

Sim, sem dúvida. Nós precisamos da validação do produto por quem o vai utilizar. No final de contas, é por isso que o desenvolvemos. Só aqui é que tive a confirmação que tudo o que andava a fazer fazia sentido.

E alturas menos positivas neste percurso? Já vais tendo muitas ou são poucas (risos)?

Hmmm, a primeira altura foi muito complicada. Encontrar quem quisesse fazer um molde, por exemplo, foi muito difícil, porque essas empresas estavam muito direcionadas para os plásticos e para coisas com muita saída e, por isso, seria um investimento que não fazia sentido pelo grande risco. Demorei muito tempo até perceber qual era o melhor sistema para diminuir o risco e depois tenho noção que tive sorte. Quer dizer, não sei se foi sorte… às vezes nós procuramos a sorte e a sorte dá muito trabalho. Até ter um sim, tive mesmo muitos nãos. Depois conheci o diretor de produção de uma empresa, que, acima de tudo, eu acho que acreditou em mim e não tanto no projeto. Percebi que ele foi ajudando e nunca deixou as coisas caírem, mesmo com uma pandemia pelo meio. Quando já estávamos a trabalhar no protótipo — já depois de termos o molde, que demorou dois anos a fazer — aconteceram n peripécias. Agora consigo rir-me, mas na altura foi difícil de gerir, porque tudo o que podia atrasar, atrasou.

É a Lei de Murphy (risos).

Exatamente (risos). Tudo o que podia correr mal, correu ainda pior (risos).

Agora vamos a um teste: disseste que já conseguias explicar o teu produto de uma forma simples para que toda a gente percebesse. Então conta-me lá um pouco melhor o que são estas cubas.

A primeira fase foi no design. Fiz um design totalmente diferente. O mercado gostava muito do formato dos ovos e percebi que havia uma melhor circulação de fluidos — aquele formato ajudava a uma circulação natural, sem ser forçada. A parte do design e desse estudo ainda demorou algum tempo.

Depois fiz a modelação e a dinâmica de fluidos, ou seja, peguei em modelos e percebi como é que os fluidos se movimentavam lá dentro.

A própria formulação do betão também é diferente e demorou algum tempo. Eu não sabia como é que os outros faziam (risos), mas parti daquilo que tinha estudado e fui fazendo alguns testes. Por exemplo, fiz ensaios de migração; o betão tem o PH básico e o vinho tem um PH ácido, por isso existe sempre desgaste do material. Tive de perceber como é que encontrava um material que fosse resistente, mas ao mesmo tempo tivesse a porosidade necessária para que pudesse entrar oxigénio. Porque é que o betão é melhor que as cubas tradicionais de inox? O betão tem uma porosidade que se aproxima à da madeira, mas é neutro, ou seja, não confere nem sabor, nem aroma ao vinho.

Nós produzimos tudo em Coimbra, numa empresa parceira, e eu acompanho todo o processo de produção.

Todo o produto é betão?

Tudo é betão, exceto os acessórios, como as válvulas, termómetro, a sonda de controlo de temperatura e as portas.

Falavas há pouco dos testes que fizeste, mas como é que isso se desenrolou na prática?

Tudo a uma escala muito pequena, claro. E outra questão: é que não há regulamentação europeia para este produto específico. Existe para os metais, existe para os plásticos, mas para betão não. Portanto, o que fizemos foi sempre a uma escala muito pequena, com provetes de betão.

Onde é que é produzida a cuba?

A primeira fase foi no design. Fiz um design totalmente diferente. O mercado gostava muito do formato dos ovos e percebi que havia uma melhor circulação de fluidos — aquele formato ajudava a uma circulação natural, sem ser forçada. A parte do design e desse estudo ainda demorou algum tempo.

Depois fiz a modelação e a dinâmica de fluidos, ou seja, peguei em modelos e percebi como é que os fluidos se movimentavam lá dentro.

Nós produzimos em Coimbra, numa empresa parceria, e eu acompanho todo o processo de produção e somos nós que colocamos lá os materiais e os moldes. Agora, o nosso plano é já em outubro transitarmos para a nossa própria produção e estamos a montar tudo isso.

Isso é um passo gigante na empresa.

Sim, sem dúvida. E eu estou a adorar! Todos os dias ando cansada, mas sinto que não trabalho (risos). Adoro ir ver empilhadores, maquinaria… dou por mim a pensar que este empilhador é lindo (risos). Fico fascinada a ver catálogos de centrais de betonagem e descubro que quero ir a outros países para visitar estes espaços (risos). Há quem veja sapatos, eu vejo máquinas industriais (risos). Hoje já há muitas alternativas que não são a diesel — e essa é uma preocupação para nós —, então fico ainda mais fascinada. O problema é preço, obviamente. E mesmo que agora não dê, já sei que o caminho é por ali e vamos trabalhar para criar as condições para que no futuro dê.

Quem são os teus clientes e potenciais clientes? Quem queres alcançar?

Para já, quero chegar a todas as regiões demarcadas aqui em Portugal. Já estamos com o pé em algumas: no Dão, Trás-os-Montes, Douro… Já estamos nos Açores, na ilha do Pico, e foi uma grande aventura, porque aquilo é pesado (risos). Foram três cubas, com três toneladas cada, que saíram daqui do Porto de Leixões para a ilha do Pico num contentor especial. E permite-nos sonhar, porque se foram para o Pico… podem ir para qualquer lado (risos). Tudo isto foi muito bom, porque aconteceu tudo em menos de um ano.

Os teus clientes, neste momento, são os produtores de vinho. Tens alguma ideia diferente para o futuro?

Sabes que o betão tem uma infinidade de aplicações. Neste momento, o foco é este, mas não faltam ideias (risos). Aliás, o próximo milestone é convidarmos o Siza Vieira a desenhar uma cuba para nós — termos uma WiseShape by Siza Vieira é um dos objetivos para o próximo ano.

…todo aquele tempo inicial aparentemente de estagnação, foi importante para perceber se eu tinha a estaleca necessária para aguentar as adversidades.

Tendo em conta que o lançamento foi há menos de um ano, podemos dizer que o projeto está a correr bastante bem, não? Está dentro das tuas expectativas ou foram superadas?

Este processo demorou tanto tempo, que eu tinha a consciência que, mesmo já com o produto desenvolvido, chegar aos primeiros clientes podia demorar. É estranho, mas eu não defini nenhum objetivo. As coisas acabaram por correr bem naturalmente. Por exemplo, a nossa primeira cuba — que foi para uma exposição — ficou logo vendida lá (risos). Foi direta da exposição para um produtor.

Onde é que vamos ver a WiseShape daqui a uns dez anos?

Hmmm, boa questão. Pretendo estar em Itália e França, porque são mercados próximos, muito fortes no vinho, mas difíceis de entrar. Gostava de estar na Califórnia, em Napa Valley. Em Portugal — eu sei que é ambicioso —, gostava de ter uma cuba em todos os principais produtores nacionais.

E dez anos acho que é tempo suficiente para fazer outros produtos, como estruturas de proteção de erosão costeira. É um tema que me é bastante próximo.

Olhando agora para trás, terias alterado alguma coisa neste percurso?

Não, não. Eu acredito que nada acontece por acaso, por isso todo aquele tempo inicial aparentemente de estagnação, foi importante para perceber se eu tinha a estaleca necessária para aguentar as adversidades.

Sei que para chegares até ao nome WiseShape ainda tiveste uma tentativa antes e, até, uns problemas (risos).

Sim, sim (risos). O primeiro nome do projeto era ShellTec — por causa dos elementos de casca e em engenharia civil o elemento shell é estrutural —, mas associava esse nome à Shell e a Shell também associou esse nome à empresas deles (risos). Eu pedi o registo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e recebi logo uma carta ameaçadora da Shell (risos). Deixei cair esse nome de imediato e registo WiseShape. Três anos depois — já tinha logótipo, website e tudo —, recebo do INPI uma carta também com outras confusões e andei a trocar contactos com advogados de um grande grupo português, inclusivamente, ofereceram uma proposta de compra da marca, mas eu rejeitei.

Divide o pouco tempo livre por muitos e diferente hobbies: a fotografia, o surf, o teatro e os passeios com a Nala e o Espinha — os seus cães, que são os animais mais fotografados em Portugal. Não exclui por completo mudar-se para a Costa Rica para poder surfar mais vezes, porque em Portugal a água é muito fria. Já em adulta, decidiu perceber o que era o teatro e entrou para o Teatrão, uma escola em Coimbra. Gosta da palavra resiliência, quer ver LeBron James a jogar ao vivo, não se importava de viver em Florença, mas é no Rio de Janeiro que fica o seu local de eleição: Arpoador. 

Pelo que vi e desmente-me se estiver errado, os teus interesses são mais que muitos (risos). O que é que tu fazes quando não estás a pensar em cubas de vinho?

Estou no teatro. Gosto muito. Há qualquer coisa de especial em pisar as ráguas do soalho de um palco (risos). Este ano foi mais difícil ser assídua nas aulas, mas adoro.

Faço surf e tento ir todos os domingos de manhã quando o mar permite e não está a chover muito — também sou um bocadinho comodista (risos). Gosto muito do mar no inverno, há algo de catártico em estar perto do mar no inverno.

Gosto muito dos meus cães e passeá-los também faz sempre parte do meu dia — às vezes com vontade e outras vezes por obrigação, mas faz parte (risos).

E a fotografia é algo que também não dispenso. Nos últimos anos tenho fotografado menos, porque não dá para tudo, mas é algo que me dá muito prazer. Tenho um grande amigo meu que é fotógrafo e, por vezes, vamos assim para a Baixa tirar umas fotografias — a pormenores de edifícios, a pessoas que não me estão a ver (risos)…

Vamos começar pelo teatro, pode ser? Como é que te surgiu essa ideia?

Eu sempre tive qualquer coisa cá. Adoro cinema e cinema independente e sempre gostei dessa área. Nunca pus a hipótese de ser atriz, até porque cresci num daqueles ambientes em que ser atriz é um hobbie, não uma profissão. Até que em adulta pensei “agora já posso!” e fui explorar. Cheguei a ver, confesso, em Londres uns cursos de verão, mas com o doutoramento não dava para conjugar tudo. Então fui ver umas aulas e foi amor à primeira vista (risos).

Em que escola é que andas?

É no Teatrão, lá em Coimbra. Adoro as aulas e o grupo é muito eclético — tenho colegas que são professores de matemática, enfermeiros…

E isso fascina-te?

Sim, muito. Todos unidos por uma paixão em comum. Além disso, há qualquer coisa no barulho das tábuas de madeira que é mágico. E a possibilidade de ler peças lindíssimas e construir toda uma personagem é fantástico. Todos nós pensamos, por momentos, “E se fosse outra pessoa?” e o teatro permite-te viver isso sem as consequências todas chatas de ter de mudar tudo na vida.

Já participaste em alguma peça?

Já sim. Fiz A Professora, do Enrique Buenaventura, e neste último ano fiz A Dança da Roda.

O surf como é que chega à tua vida?

Também já em adulta, é verdade. Eu andei a tirar um curso de kitesurf, em Lisboa, e gostei muito, mas dá muito trabalho, porque é preciso muito material para montar e tudo mais. Além disso, era difícil, comi muita areia e eu não sou assim tão multifacetada (risos). Exigia muita coordenação, que eu, claramente, não tinha (risos). O surf surgiu por ser muito mais simples, na verdade. E depois da primeira onda, nunca mais páras. Gostava de ter mais tempo e que o mar fosse um bocadinho mais quente (risos). Se vivesse na Costa Rica, de certeza que passava mais tempo na água (risos).

Os teus cães são outra das tuas paixões e até estão ligados à fotografia, na medida em que são os animais mais fotografados deste país, não (risos)?

Ah sim! Eu fotografo-os com a máquina, com o telemóvel, em todo lado… os cartões de memória estão cheios de fotografias do Espinha e da Nala. Eles ficam sempre bem, são fotogénicos e nunca se queixam (risos).

Puxando a fita um pouco atrás, como é que surge a fotografia?

Eu gostava de ter uma história mais bonita para te contar, mas se calhar foi com as coisas do Instagram (risos). Comecei a ver que havia fotografias muito engraçadas e pensei “ah, eu afinal também gosto disto”. Depois comecei a seguir os World Press Photo e adorava.

E decidiste começar a experimentar?

Sim, sim. Foi isso. Claro que eu não sou nenhuma pro, mas acho que sei enquadrar minimamente. Já me disseram que tenho alguma visão estética na fotografia, já não é mau.

Quando é que começaste?

Talvez há uns seis ou sete anos.

E nunca pensaste em fazer da fotografia algo mais?

Não, não. Nunca pensei isso sobre nenhum dos hobbies, à exceção do surf que, admito, já me passaram coisas pela cabeça (risos). Se a WiseShape não der vou para a Costa Rica, abro um barzito e passo os dias a surfar (risos).

E o que é que mais te dá prazer fotografar, além da Nala e do Espinha (risos)?

Gosto do mar. Gosto daqueles dias encobertos no inverno — há qualquer coisa de dramático que me fascina. Gosto da rua, adoro arquitetura.

Fotografar é um momento um pouco solitário, não? Isso atrai-te?

Sim, sim. Eu sou uma pessoa um pouco solitária. Gosto de estar sozinha e adoro silêncio. O facto de estar sozinha permite-me ver com muito mais atenção os pormenores e os detalhes. Eu acredito que os detalhes é que tornam tudo especial.

Qual foi o momento mais impactante da tua vida?

O agora. Adoro a minha vida agora (risos).

Eu tive pessoas que me ajudaram muito só porque queriam ajudar e nunca pediram nada em troca.

Tens alguma pessoa que tenha marcado a tua vida especialmente?

Tenho várias, claro. E uma coisa que acontece é que só muito tempo depois é que percebo a relevância que uma determinada pessoa teve naquele momento particular. E nós somos uma consequência da composição dessas coisas todas. Posso-te dizer que tenho muita sorte: há pessoas incríveis! Eu tive pessoas que me ajudaram muito só porque queriam ajudar e nunca pediram nada em troca.

Tens alguma coisa sem a qual não consigas mesmo viver?

Sol e mar.

Se não vivesses em Coimbra, onde é que querias viver?

Florença, em Itália.

Qual é o teu lugar preferido no mundo?

Arpoador, no Rio de Janeiro.

Qual foi a viagem da tua vida que mais te marcou?

Essa é difícil (risos). Talvez quando fui sozinha a Nova Iorque com 16 anos para tirar um curso intensivo de inglês.

Qual é a tua palavra preferida?

Resiliência.

Qual é o teu maior defeito?

Sou muito lenta (risos). Não sei se devia dizer isto de mim própria, até porque empreendedora e lenta não combinam (risos). Mas é verdade: eu faço tudo lentamente e com calma.

E prato preferido?

Polvo à lagareiro.

Podes partilhar connosco três items da tua bucket list?

Ver ao vivo LeBron James a jogar— vibro com basquetebol e sigo a NBA (risos)—, quero muito ir à Islândia no inverno, e com direito a uma aurora boreal, e colaborar com o Siza Vieira.

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